sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Amor e paixão...segundo a psicologia


Já há algum tempo, venho considerando a possibilidade de escrever um post sobre o amor. Não o amor ágape (aquele amor incondicional que podemos manifestar por qualquer pessoa, por todas as pessoas ou por uma causa a qual nos dedicamos), entre outras possibilidades.

Mas, o amor eros, que também pode ser ágape,mas que sendo eros pressupõe uma ligação amorosa entre um homem e uma mulher, que é o fundamento para todos os apaixonamentos e que, em sendo também de natureza sexual, está na base do chamado instinto de preservação da espécie.

E, abordando essa questão, algumas outras surgem por via de consequência: Será que existe amor à primeira vista? Será que o amor romântico é também o amor paixão?

Será que o amor entre um homem e uma mulher pode durar a vida toda ou será que, a partir de um determinado ponto da existência, os casais simplesmente se acostumam com a convivência (na melhor das hipóteses), ou passam a se suportar (na pior delas)?

São questões pertinentes, que fazem parte do universo de reflexões daqueles que se preocupam verdadeiramente com a qualidade de suas vidas; melhor dizendo: com a qualidade de seus relacionamentos.

Para o psicanalista Rollo May, o amor homem-mulher é como o "encontro" que tem o artista inspirado, com a sua 71426731arte. Assim como um pintor,que, tomado pela inspiração, passa noites em claro, entregue à pintura de sua obra.

Não sente fome, não sente sono, não sabe se lá fora é dia ou noite. Está consumido pelo desejo de ver a sua obra de arte pronta e acabada, preparada para ser exposta e admirada. Assim também, para ele, seria o amor homem-mulher.

Já para Erich Fromm, outro notório psicanalista, o amor entre um homem e uma mulher é antes de mais nada, um ato volitivo, ou seja, um ato subordinado à vontade. Para ele, o homem ou a mulher decide que vai amar o outro. Seria, então, segundo sua visão, um ato de decisão.

Por sua vez, o psiquiatra Flávio Gikovate acredita que aquilo que chamamos de "amor", na verdade, seria outra coisa. Seria a necessidade que o ser humano tem de preencher o vazio que cada um de nós carrega em seu interior, como consequência do trauma do nascimento.

O preenchimento dessa necessidade, para ele, nada teria de romântico ou de "complementar". Deveria, muito mais, ser uma atitude racional e madura, entre pessoas que se elegem para um relacionamento.

Pessoalmente, prefiro uma posição intermediária entre essas opiniões: Penso que o amor deva ter um tanto da paixão-inspiração de Rollo May; um tanto da vontade ou decisão de Eric From e um tanto da racionalidade, de Gikovate.

E, cá entre nós, uma boa dose de romantismo não há de comprometer nenhum relacionamento no qual os parceiros se amam, pois um pouco de insensatez também faz bem ao coração "apaixonado" (entre ou sem aspas).

Antônio Tadeu Ayres
Extraido do site http://psico_terapeuta.blogs.sapo.pt/8992.html

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